Seja bem-vindo. Hoje é

EDITORIAL

Estamos encerrando mais um ano de atividades, buscamos ser, até por não termos “rabo preso” com ninguém, dos melhores e mais acreditados editoriais de Bragança e região, esse é nosso idealismo, por nossa busca e acúmulo de experiência nestes cerca de 22 anos de atividade. Amamos o que fazemos, nossa terapia ocupacional, creiam-nos, temos a Tribuna do Caeté até como dádiva divina, daí por buscarmos aprimorá-la com toda isenção e dignidade possível. Claro, somos passíveis de equívocos, não nos temos como perfeitos. Procuramos, ao longo desse tempo ser fiel a verdade, sem privilegiar com ou sem criticas a ninguém, como diria o ditado popular, “nem o bispo”. Nisto - em liberdade de expressão, pautada na ética e jurídica, buscamos ser diferentes do noticiário banalizado, onde escolhem-se matérias ou personalidades, as telinhas e ouvidos só comentam sobre “pobres, pretos e p.” Lutamos para agir diferente.
Graças a Deus, bragantinos, leitores e patrocinadores que em nós confiam, temos procurado ser fiel a confiança dos senhores. Ora, nossa credibilidade evoluiu. Antes, éramos tidos como “doido” talvez por sermos diferentes? Agora, algumas pessoas nos taxam de corajoso, como se fosse virtude, heroísmo, coragem, não omitir agentes da noticia por sua posição de mando, econômica ou influência. Quem age assim, faz a mídia de omissão, manipulação ou como diria a confrade Natalina Brito (O Imparcial), “Bitolação”. Neste tempo de atuação, mostramos a que viemos, fomos olhados com discriminação, onde por nossas características de livre expressão, éramos olhados sob outro ângulo, e negativo.
Mas essa gente, preconceituosa pela ignorância, vem nos engolindo (expressão do treinador de futebol Zagalo) nestes 17 anos de jornalismo, com passagens pelo O Imparcial (Natalina Brito), O Semanário e Tribuna do Caeté. Em nossa ótica, aqui na Pérola ainda se faz jornalismo amador, conforme interesses políticos, econômicos, religiosos, elitista, escolhendo-se as caras, jogando fatos importantes para baixo do tapete, sendo um desserviço a motivação pelo melhor conhecimento e pela liberdade plena de expressão, principalmente ao “Zé Povinho”, sofredor, caladinho, olhado como cidadão de 3ª classe. Não queremos fazer parte desse circulo de banais, vulgares por omissão, coniventes com os sistema por traz dos próprios interesses fisiológicos. E olhe que alguns se julgam os papas do jornalismo!
Saibam, é doloroso para nós, mesmo com nossa consciência firme por jornalismo isento, citar fatos envolvendo agentes públicos, pessoas de nosso convívio cotidiano, como é o fato da reprovação das contas do exercício de 2007 do ex-presidente e Ordenador de Despesa da Câmara Municipal, Wallailson Guimarães, sendo citado a restituir aos cofres municipais várias importâncias por pagamentos indevidos. Que fica passível de denúncia pelo Ministério Público em resposta a ação proposta por cidadãos bragantinos, ele acusado de desvios de recursos e suposto enriquecimento ilícito. A promotoria, através do juizado solicitou ao TCM informações sobre as contas de Walailson e agora tem no relatório, já em mãos do Presidente da Câmara Pedro Neto, os instrumentos em provas para denunciá-lo por improbidade administrativa, podendo ser afastado por cassação e ficando inelegível. E vós o que dizeis cidadão de Bragança?
Oxalá, por esta citação, não sejamos novamente agredidos pelo Sr. “Adinho” Guimarães, irmão de Walailson, por aquilo, penalizado por transação penal pelo juiz Otávio Albuquerque com apenas R$ 95,00. Sendo nossa intenção, baseado nessa punição, argüir junto ao juizado especial pagamento de indenização por danos morais e matérias, por danos físicos psicológicos e constrangimento público ao idoso (código do Idoso, etc.
Permaneceremos na vanguarda da defesa do cidadão bragantino, que paga impostos, vota e portanto acreditando em nossa Tribuna, aqui tem noticia isenta e como dizem alguns bragantinos: Corajosa! mesmo correndo riscos de vida e agressões! Fazer jornalismo de qualidade, sem escolher caras, faz parte de nossa meta e melhor opção.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo fãs, leitores e patrocinadores bragantinos!
Gratos, muito gratos por tua consideração (atual) e confiança na Tribuna como ícone do noticiário local.

DENUNCIE! O QUE VOCÊ TEM A VER COM A CORRUPÇÃO?
Qual a lei da corrupção? Ganhar, vencer a qualquer preço. Não importa se o outro vai se dar mal. Furar a fila, lucrar no troco; Sair sem pagar a conta; falsificar as notas na escola; Até mesmo contar umas mentirinhas; Afinal de contas, o único ser humano com sentimentos e idéias, que merece ser respeitado é você e a única pessoa que existe no mundo.
Quanto vale a sua consciência? Normalmente, quando as pessoas cometem aos que vão contra aquilo que elas acreditam e agridem os outros gratuitamente. Elas perdem o sono. Mas isso é apenas o começo. Quando você trai a sua consciência, acaba ficando com vergonha de si mesmo.

MENTIRA E ROUBO – Uma bola de neve – Pequenas pisadas na bola um dia podem se transformar em grandes problemas para você. E até se transformarem em desvios de caráter. Quando esse dia chega, você perde a confiança dos seus amigos e das pessoas mais próximas. Ninguém mais se relaciona com você por amisade – apenas por interesse. Mas chega um dia em que ser seu “amigo” não importa mais – e você não pode mais contar com ninguém. O problema é maior. Você deve estar se perguntando. Em um pais tão corrupto, onde muitas vezes milhões de reais vão parar na conta de gene corrupta, porque dar bola para detalhes tão pequenos da minha vida, muitas vezes nem são tão ruins assim! A corrupção existe em muitos níveis. Em nenhum deles ela é boa, nem nos governos, nem nas empresas, nem nas escolas – muito menos no seu dia-a-dia.Ser honesto é a única maneira de dizer Não a Corrupção sem ser hipócrita!
Fraude, mentira, falcatruas, roubo, omissão, sonegação, corrupção, negociata, extorsão, propina, etc.
HIPOCRISIA: Ato de fingir sentimentos e qualidades morais. Falsidade!
Saiba bragantino: O Brasil é um dos paises campeões em CORRUPÇÃO. É Responsabilidade de todos os brasileiros mudarem essa situação. E é você e cada um de nós – quem em que fazer a coisa certa!
Você já sabe o que fazer. Pense, reflita. Quais são as suas atitudes?Elas são importantes de verdade? A sociedade muda quando os indivíduos que vivem nela mudam. – Os seus aliados: Os movimentos sociais são um forma da sociedade se organizar em busca de uma maio qualidade de vida, eles podem se de muitos tipos e lutar por vaias causas importantes.
Outro órgão seu aliado é o Ministério Publico, estadual e federal. Que investigará a corrupção e busca a uma sociedade mais honesta e ética. Entre em contato e denuncie. CNPG – www.cnpg.org.br – CONAMP – www.conamp.org.br.
(autor: Afonso Chizzo Neo, Promotor e Coordenador Geal da Campanha de combate a Corrupção, iniciativa do CONAMP).

A dor e a delícia de ser o que é

Estava a ler um artigo no O globo assinado por Maria Lucia Rodrigues, filha do dramaturgo, jornalista, escritor e cronista genial que foi Nelson Rodrigues. Entre outras coisas ela falava da relação de amor com o pai, a quem ela se refere como um ser humano doce, gentil e às vezes severo. Lúcia ainda lembrou, não sem uma certa dose de orgulho o pioneirismo do escritor e extremo espírito de compaixão, generosidade e sensibilidade em defender causas tão nobres como o preconceito racial. Num tempo em que não era fácil dizer que existia racismo no Brasil.
Atenho-me ao fato, pois este é o motivo da crônica.
Só para a gente se situar um pouco: a década era de 40, o ano 1946, Rio de Janeiro, século XX. O país atravessava uma fase de transição na maneira de governar. Saia de um período conturbado no âmbito social e entrava num período onde reinava a esperança num país livre e desenvolvido. Nessa época, Rodrigues tentava encenar a peça “Anjo Negro”, que havia escrito especialmente para o ator, igualmente negro, Abdias do Nascimento e foi advertido pela produção do espetáculo que convidasse um ator branco e depois tingisse de preto.
Escusado dizer que o dramaturgo não acatou a sugestão dos produtores, bateu o pé, como era peculiar dele, e prevaleceu o bom senso. E o bom dizia senso que seria o Abdias do Nascimento o papel principal da peça.
Foi aí que me lembrei do Abdias do Nascimento, um anjo que um dia cruzou o meu caminho e sem mais, assim como quem não quer dizer nada, me disse uma das coisas mais belas de que já ouvi em toda minha vida e que precisava ouvir para que ela (a vida) fizesse algum sentido. Disse-me ele: “Vai João ser gauche na vida”. Só muito tempo depois é que fui entender o verdadeiro significa do vocábulo francês extraído de um poema de Drummond.
Ator, escritor, dramaturgo, brasileiro, nascido em Franca (SP). Nascimento criou o “Teatro Experimental do Negro”, o “Dia da consciência negra”, e fundou o jornal ”Quilombo”, primeiro no gênero a lutar pela igualdade racial no país. Quando político (Deputado Federal e Senador da Republica ) defendeu com unhas e dentes os direitos dos afrodescendentes, o que lhe garantiu uma indicação ao Nobel da Paz em 2010.
Um homem incrível que eu tive o prazer de conhecer. Paulista cultíssimo e sofisticado que ouvia Chopin de olhos fechados. Intelectual consciente de seu tempo, orgulhoso de sua cor, sua raça, com quem mantive conversas profundas, definitivas e intermináveis, e que devotou sua vida em favor de uma causa, não uma qualquer, mas a negra. Uma cara que acreditava no ser humano, apesar de tudo e numa sociedade mais justa, sem preconceitos. Não à toa foi considerado o mais completo intelectual do mundo africano do século XX.
No que avanço no texto, penso no humano coração do Abdias. Tento rememorar sua luta (na vida como na arte), lembrar sua dor, a de ser negro, num país onde todos somos pretos de alma branca, desde que fomos descobertos, bem como o seu orgulho de ser o que era. Penso, ainda, nos muitos amigos negros feito pela vida afora. E enquanto penso neles ouço uma música que vem de muito longe e inunda o ambiente, invadindo meus ouvidos. São os versos da canção do Caetano, descubro agora enternecido: “Mas presos são quase todos pretos ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres (...) e todos sabem como se tratam os pretos”. E meus olhos enchem-se de lágrimas.
Com ele, o Anjo Negro, nossas conversas giravam sempre em torno de teatro, de cultura, de arte, de gente (mas de teatro). Ele me aconselhava o melhor caminho a seguir na carreira artística, indicando-me grupos, companhias. Hoje, passado algum tempo, penso, que embora a vida tenha me levado por outros caminhos, que não o Teatro, que amo de paixão e a quem devo tudo, seus conselhos eu os guardo comigo e os carrego aonde quer que eu vá, como uma profecia. Sua amizade será eterna e seus ensinamentos, também.

João Carlos Gonçalves é Empreendedor Social

A SIMPLICIDADE DO EVANGELHO


                    Sempre que leio o Novo Testamento, uma constatação é inevitável: a simplicidade do que Jesus ensinou. Sua mensagem, embora eloquente e arrebatadora, é tecida com o fio das coisas simples. Ele tem um acurado senso de observação da vida e, sobre ela, constrói uma ponte para nos falar do Céu. Jesus viveu à margem da religião faustosa de seu tempo. Logo no início de seu ministério, escolheu a Galileia para morar. A Galileia ficava ao norte de Israel, uma terra simples, rural, onde havia uma boa convivência com a natureza e com estrangeiros. Ao sul, ficava a Judeia, lugar do imponente templo e ricos sacerdotes. Mas Jesus preferiu juntar-se àqueles “caipiras” de sua época, gente humilde, de sotaque arrastado, capaz de denunciar um Pedro medroso na noite da prisão de seu Mestre.
         Desse cenário, Jesus extraiu ricas parábolas. Vivas. Ele podia falar de ovelhas a um público acostumado à vida campestre. Podia dizer “Olhai os lírios do campo!”, tendo ao seu redor um manto de relva verde pontilhado dessas belas flores.
E sempre que leio Jesus, uma segunda constatação também é consequente: a grande diferença entre o que Ele ensinou sobre Deus e o nosso intrincado mundo religioso. Nesse intervalo de dois mil anos, a religião que se formou em torno dele é algo tão complexo! Dogmas. Rituais. Orações para todos os gostos. Mil intercessores. Teologias. Um exército de homens mercenários, comercializando abertamente o evangelho, construindo teias para complicar o que é simples, atalhos que escurecem o límpido caminho da salvação.
           A simplicidade do evangelho contrasta com grandes catedrais. Tronos de ouro. Luxo. Religião-estado. Onde o poder não é mais uma virtude divina, e sim poder temporal, eclesiástico, político mesmo. Assim está o Brasil de hoje: retalhado em territórios religiosos. Vendo avançar esta ou aquela placa de igreja, mas não vendo regredir as mazelas do País.
Simplicidade para reduzir itens da vida. Nada dessa voraz teologia da prosperidade, através da qual igrejas ensinam a pecar. A pecar pela avareza, cobiça em querer mais e mais. No evangelho, Jesus continua dizendo que a vida de um homem não consiste na quantidade de bens que ele possui. Simplicidade.
Se Jesus aparecesse hoje por aqui, é bem provável que não procurasse algumas igrejas. E, se procurasse, expulsaria os modernos cambistas da fé. Derrubaria suas barracas de campanha e nos lembraria que a casa de Deus deve ser reconhecida como lugar de oração. Simplicidade de culto. Simplicidade de Deus.
         Muita coisa em que hoje cremos foi construída pela história. Por isso, é indispensável uma boa leitura do evangelho. Nada de mergulhar cegamente no caudaloso rio da religião. É sempre bom olhar a nascente do cristianismo. Ouvir o que Jesus tem a dizer. Porque, passados dois mil anos, os homens estão complicando muito.

Rui Raiol é escritor

          O artigo acima deve ser objeto de reflexão: Em relação às contradições que vemos em Bragança, sempre os missionários querendo mais, ostentando patrimônio,museus, casas de recepção, obras faraônicas visando auferir renda, aparato,  mídia, que atrai mais atenção do que a finalidade, alcançar a Deus.  A Diocese ostenta terras sem fim social, quando há milhares de sem tetos. Pastores evangélicos fazendo política para benefícios pessoais (empreguismo), etc. alguns vivem como nababos, enquanto dizimistas vivem na pobreza.  “Vende tudo que tens e segue-me”.” Daí de graça o que de graça recebeis”. Citações que se aplicam as ovelhas, do patrimônio das igrejas nada se dá, vende-se ou aluga-se, em nome de Deus, tudo é permissível, as pessoas leigas sem reflexão são envolvidas pelos meros discursos em contradição a pratica e leis divinas interpretadas de acordo com as conveniências. Templos, virou mania em Bragança, a cada dia mais se constroem, a fé, os costumes em nada mudam, a violência impera e a politicalha escraviza o povo carente desinformado, pelas necessidades, vítimas de fácil manipulação dos mais espertos, fariseus, Anti-Cristos vendedores do templo, pois em nome de Deus se atraem platéias sedentas de pão e enfraquecidas espiritualmente.
            Religiões não nos levam a Deus, mas as obras e a fé, pessoas de conhecimento, alguns viraram agnósticos, outros crêem em Deus, fazem obras, além de orações diretas, fora do formal, mas não professam religiões, pelas contradições dos lideres, que não merecem confiança dos esclarecidos. Entretanto, Há raríssimas, dignas exceções de missionários comprometidos com Deus (J. Brigida). 

SOS POR RESPEITO A CIDADANIA EXMOS SRs PROMOTORES DO MP


      Dignas Promotoras Gruschenca, Adriana e Dra. Maria José V. Carvalho.  
     
       Nestes 398 anos de existência o bragantino não assumiu seus valores da cidadania, assistindo calado a toda sorte de violência institucional, por parte inclusive de agentes públicos da prefeitura, quando permite, apesar da legislação em vigor (lei municipal) ,que espaço público, praças e vias que são de domínio público, direito de ir e vir da sociedade sejam interditados para atividades privadas, através inclusive de cones do DEMUTRAN, como no caso da frente da Rádio Educadora e Praça Antônio Pereira.
       Até alimentos como a carne verde e o pescado, são expostos em vias públicas às intemperíes com riscos de contaminação (feiras e mercados) submetendo a sociedade a riscos de saúde, sob omissão da vigilância sanitária.Concessão de Festas de caráter privado em vias públicas, pela POLICIA CIVIL,  como ocorreu com a tradicional festa do ODA e Praça Silva Santos, próximo a Colônia dos Pescadores, sob clamor da sociedade trabalhadora, fechando vias principais da cidade aos condutores de veículos, incomodando o repouso noturno das vizinhanças,  ao CARNABRAGANÇA, mesmo o Rotary Clube, que inclusive fez plantação de árvores decorativas em toda a avenida Mendonça Furtado e que poderão ser destruídas pela ação de vândalos, não obteve o aval nem do Ministério Público para sua demanda sugerindo que o evento ocorresse no Aeroporto Municipal, onde não haveria traumas ou prejuízos quaisquer sendo o local ideal para eventos de massa.
        A Sociedade Bragantina, pelas suas maiorias de cidadãos que recolhem seus impostos, trabalham cotidianamente e tem seu repouso, direito de ir e vir constitucioais e assegurados em cláusula pétrea, vem a através dos jornal da cidadania protestar pelo que julga permissividade das autoridades constituídas pelo que julgam violência ao seu direito legal.   

REPOUSO NOTURNO – É Direito violentado dos bragantinos.


           Tanto já se falou na cidade, inclusive por autoridades, principalmente o Ministério Público, Juizado, Prefeitura, Polícias Civil e Militar sobre o direito ao sossego e repouso noturno. Nesta terra, parece, sem lei (é potoca?) que é nossa Pérola do Caeté. Decorrem anos e não se toma uma medida definitiva para equacionar a balburdia sonora que invade os lares bragantinos com o abuso sonoro de DJ’s e seus “Treme Terras” pelos confins das madrugadas, cujo som ilimitado e confrontando os limites legais e o bom senso, chega aos hospitais no centro de Bragança e a milhares de lares incomodados, que fora o grito solitário deste jornal, parece não acreditar, nem mais nas autoridades, a quem caberia resolver definitivamente os problemas. Entretanto, o que se vê, quando vemos a Policia Judiciária, inclusive, liberar festas em locais públicos, em vias do centro de Bragança, parecendo não se dar conta dos estragos trazidos ao sossego, via o sono atormentado dos cidadãos. Nos 20 anos de imprensa já vimos um delegado ser transferido através de política, porque apreendeu parte de um som treme-terra, em atitude tida como extrema, face ao desrespeito as suas determinações, quando tentou colocar um freio rígido sobre a barulheira infernizadora de uma aparelhagem sonora. 
           O Ministério Público, via reclamação de vizinhos, já estabeleceu sanções ao Lions Clube de Bragança e a antiga sede social do Time Negra. O Lions é um clube filantrópico, cuja renda reverte em ações sociais, devido a festas animadas a aparelhagens sonoras, em resposta a reclamação da vizinhança, o Lions foi apenado face abusos sonoros da aparelhagem locatária.
            A Secretaria municipal de Meio Ambiente já andou colocando na mídia supostas ações para racionalizar abusos de carros-som na cidade, isto, há mais de quatro meses. Entretanto, é questionável sua competência para fazer tal trabalho, de vez que até hoje desconhecemos resultados práticos, qualquer medida, em termos de blitz, diurna ou noturna, mesmo sabendo-se da aquisição de um medidor decibelímetro. Nada de prático foi feito em Sra. Secretária? Desta vez estou pegando devagar, mas, e as ações efetivas?
            O que estranhamos, é a Policia Judiciária conceder licença para festas noturnas em locais públicos como para uma festa no bairro da Aldeia, onde há nas vizinhanças milhares de lares de pessoas que trabalham, pagam seus impostos e tem seu direito ao sossego público assegurado em lei. Até à madrugada escutava-se os brados do DJ, e haja telefonemas ao jornal para cobrança e também às autoridades por moradores incomodados. E se segurem desta vez os moradores da avenida Nazeazeno Ferreira, além de outras, porque neste mês de junho, tudo pode, tudo parece permitido pela anuência das autoridades e tolerância do Ministério Público, que infelizmente, só age provocado, quando alguns cidadãos organizam-se em manifestações e ali buscam amparo da lei.
             Sabemos de uma lei municipal que proibiria tais tipos de eventos, a não ser de cunho cultural, em vias publicas. È mais uma potoca, ninguém cumpre. Se há alguma medida drástica, mas depois, como ocorre no restante do país, tudo volta ao normal.
             Sr. Comandante da PM, força que faz rondas e segurança noturna, seria bom perquirir-lhe, do porque do telefone 190 estar sempre ocupado, e do porque de a própria polícia militar, cujo quartel localiza-se no centro da cidade, com sargentos e oficiais de plantão noturno atentos, parece, só agirem, mesmo ouvindo os brados abusivos de DJs, já bastaria em abusos o som musical, permanecerem omissos de cobrar aos abusadores racionalidade no uso das aparelhagens.
             Vem ai a Festa do Oda, evento tradicional, e que ninguém, fora o fato de ser realizado em via pública, em avenida principal da cidade, é radicalmente contra, todo mundo gosta, inclusive o articulista, reclamante pela sociedade, o que desgosta parte dos reclamantes são os excessos, afinal, a maioria da sociedade, idosos, trabalhadores do dia seguinte, doentes nos hospitais, tem o direito ao repouso, nosso direito termina onde começa o direito alheio. Qual é a necessidade, racionalmente falando, dos excessos sonoros, a não ser até as 22:00 hs, tudo  bem, visando chamar atenção para a festa.
              Ninguém quer impedir as festas alheias, nós, geralmente estamos lá também, prosando e papeando com amigos, com os proprietários, com os DJs, o que se quer é a consciência dos limites, porque assim não haveria traumas, e todo mundo sairia satisfeito, tanto quem curte festas movidas as aparelhagens, nada temos-lhes contra, quanto aqueles que tem o direito inalienável e legal ao repouso noturno.
            Sugestão: Por quê, os Srs. Promotores, incluindo o do Meio-Ambiente, o Comte da PM, delegado da Polícia Civil, não fazem blitz em algumas festas, e também, nas licenças, poderia estar condicionado o compromisso dos limites legais de decibéis usados nas aparelhagens. No fim, todo mundo ficaria satisfeito, as autoridades tampouco poderiam ser questionadas por omissão, há anos tais problemas são reclamados pelas bocas inconformadas dos cidadãos bragantinos. Tem jeito autoridades?

O que temos e o que queremos


              Gosto de caminhar pelo comércio de minha cidade. Tem uma característica diferente, dinâmica e caótica. As pessoas caminham apressadas. Responsabilidade no olhar, sabem onde vão e o que querem. Precisam de muito pouco para viver, sorrir e serem felizes. Parece que a brisa que vem do rio Caeté revigora suas almas alimentadas pela esperança de ver nossa Bragança com belos trajes, calçada com sapatinhos de cristal, qual cinderela em noite de gala. Ma o rio Caeté chora e suas lágrimas rolam por sobre o lodo inundo e fético, desprezado e triste. Quando suas águas estão em maré alta, ele conforta sua companheira de infortúnio – a “favela”.
               O dicionário diz que: “favela – é um conjunto de habitações populares, em geral tostamente construídas e usualmente deficientes de recursos higiênicos”. Mas eu acrescento mais algumas significações: é a ferida, a chaga, o tecido porulento de administradores que não têm a sensibilidade, a inteligência e a competência de cuidar bem do dinheiro público. Não me dirijo a alguém em especial, mas a todos aqueles que não fizeram nada pelo povo e pela cidade, ou o fazem muito pouco. Por quê?
               A orla do rio Caeté se cuidada com carinho seria o cartão postal desta cidade, cantada pelos poetas e saudada pelos visitantes. As ruas esburacadas, cheias de lixo e lama obrigam os transeuntes a olhar para o chão, ou correm o risco de cair – e caindo de joelhos aproveitam e fazem uma prece. No dia 27 de outubro de 2010 tive a grata satisfação de visitar a Feira Cultural do IST, cujo tema era – “A Bragança que temos e a Bragança que sonhamos” – Estão de parabéns todas as escolas de Bragança que realizam projetos dessa natureza mobilizando a comunidade escolar para que tomem consciência da realidade do nosso cotidiano. Esses projetos poderiam servir de inspiração para as políticas públicas tão necessárias, pois envolvem poder público e os vários grupos sociais, ou seja a sociedade.
                  A sociedade é um organismo vivo em constante mutação, é por isso que os cidadãos e cidadãos que pertencem a uma mesma comunidade não podem deixar o poder público governar sozinho, pois estamos numa democracia e não numa ditadura. Temos é dever de colaborar. Gosto de ver grupos nas ruas reclamando por seus direitos de forma pacífica e consciente. Pois muitas vezes o poder público precisa ser pressionado para que a luz brilhe e veja com carinho o trabalhador, a trabalhadora honestos nos sustento de sua família.
                  Quando as ruas são usadas depois da burocracia é porque foram levados à exaustão aqueles que muito pediram e confiaram no momento do voto. Se a máquina administrativa funcionar com as rodas dentadas perfeitamente ajustadas e lubrificadas com o óleo da competência e da vontade política, tudo funcionará bem. O poder e o dinheiro são duas forças poderosas e quando aliadas ao respeito, conhecimento, talento e trabalho exercem transformações para o desenvolvimento e o bem estar coletivo.
                   Achei estranho quando os pequenos quiosques de alimentação foram “jogados” para baixo na orla do rio Caeté sem a estrutura necessária para recebe-los. A população tem o direito da escolha e as várias opções apresentadas fariam bem a todos, pois, há quem prefira os restaurantes e há os que preferem os quiosques. Todos sairiam ganhando e os gestores municipais ganhariam mais alguns votos.
                  Quando Emílio Dias Ramos foi prefeito de Bragança há muitos anos, ele realizou o projeto da Feira às margens do rio Caeté com barracas padronizadas, praça ao lado do mercado de peixe onde os bragantinos promoviam festas na quadra junina. O local era enfeitado com bandeirolas coloridas e outros eventos eram também realizados. Era uma boa opção de lazer. Na época o povo só reclamou de uma coisa e reclamou muito, ele, o prefeito mandou derrubar dezenas de mangueiras que enfeitavam nossos passeios. Tirou-nos o prazer de juntar mangas deliciosas com todo o vigor do alimento saudável, a sombra benfazeja, a oxigenação dos pulmões, a paisagem exuberante.
                  A igrejinha de São João foi demolida, não sei quem foi o responsável, nem o porquê. No lugar ficou o Cruzeiro da Aldeia, que hoje também não existe. Temos agora somente uma feira que é a vergonha de todo bragantino da “gema”. A falta de urbanização da cidade ao longo do tempo transformou nossa feira em uma “favela”. Qual administração “purificará” a orla do rio Caeté? Barcos de pesca, empresas de médio porte, feirantes, pescadores, todos esperam por esse histórico momento, pois segundo informações confiáveis é muito difícil realizar essa “grande” tarefa. Impossível é para mim! Essa é minha opinião.

Sibá Torres (72 anos)
Professora em Letras pela UFPA
Bragança-Pará

13 DE MAIO – MESMO ABOLIDA, A ESCRAVIDÃO PERSISTE NO BRASIL


Oficialmente, a escravidão foi abolida no Brasil em 13 de maio de 1888, com a promulgação da Lei Áurea. Na prática, porém, essa violência persiste até mesmo nas cidades. De 2003, ano de criação do Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, até julho de 2010, foram libertados 31.661 trabalhadores em condições análogas a de escravidão no Brasil. De acordo com  Gulnara Shahinian, relatora especial sobre escravidão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), o problema é comum em todo o planeta e hoje é até mais grave do que no passado.
               Como antes o escravo era considerado posse, o proprietário tinha preocupação em mantê-lo vivo e saudável, o que não acontece nos dias de hoje. Atualmente, apesar de ainda haver instrumentos de tortura e correntes, é mais comum escravidão forçada por recursos indiretos, como dívidas, por exemplo. No Brasil, a escravidão durante o período colonial e império foi marcada pela violência para reprimir qualquer tentativa de resistência, sendo comuns açoitamentos em praça publica. Tais sessões de torturas aconteciam nos pelourinhos, postos em que os escravos eram amarrados e açoitados, chicoteados. Hoje em dia, o que não faltam são histórias inclusive de abusos sexuais e outras práticas cruéis, o trabalho escravo no Brasil continua preenchendo as estatísticas porque as elites, setores do empresariado e até de políticos profissionais anda praticam o escravismo do século XXI acobertados mais por seu poder econômico.
                  No período colonial e no império homens, mulheres e crianças eram tratados como objetos e sofriam violências constantes, hoje ainda não é muito diferente, pois a escravidão é mascarada pelos poderosos contra as classes miseráveis, inclusive na pratica política, quando trocam votos por favorecimento material manipulando os menos favorecidos. 31.66l escravos do século foram libertados de 2003 até 2010 no Brasil, 1835 fazendas foram flagradas praticando trabalho escravo. A PECE 438 apresentada na Câmara Federal  que terras com trabalho escravo sejam desapropriadas para reforma agrária. A proposta está parada no Congresso.        

João Santa Brígida Filho
Diretor da Tribuna do Caeté

Os Marcadores Conversacionais

       Ainda na faculdade, e isso já faz algum tempo, tomei conhecimento por intermédio de uma professora, de Língua Portuguesa (ou era de Teoria do Discurso?, não vem ao caso), dos Marcadores Conversacionais. Comentou assim de “en passant” e muito superficialmente, citando alguns exemplos em voga, lembro-me bem, o suficiente para que eu nunca mais me esquecesse do assunto.
Explica-se: os Marcadores Conversacionais são aquelas palavrinhas, expressões, e frases chatinhas e repetitivas muitas vezes, porque não dizer, que a gente escuta a toda hora por aí, na linguagem informal, sobretudo e principalmente no discurso oral dialogado, e que estão impregnados na comunicação dos jovens e adolescentes.
       O tema me ocorre agora a despeito de uma dessas tais palavrinhas, não menos chatinhas, que tenho ouvido muito amiúde e aonde quer que eu vá: nas ruas, escolas, bares, até mesmo no meio acadêmico e que já se tornou meio que uma mania regional. Refiro-me ao nosso marcador mais famoso, o sempre onipresente” pior”. Quer ver um exemplo: alguém diz o Brasil é o país da corrupção e outro interlocutor não mais que de repente: pior!
       Os Marcadores Conversacionais ou Marcadores Linguísticos, como preferem alguns, são fenômenos que ocorrem na língua, precisamente no plano da oralidade, determinados pela situação cara a cara dos interlocutores e que são objetos de estudo da lingüística, a ciência da linguagem.
          A lingüística (a título de entendimento) se distingue da gramática normativa (a que estudamos na escola) porque não tem como esta o objetivo de prescrever normas ou ditar regras para o bom uso ou funcionamento da língua. Tudo o que faz parte da língua interessa e é matéria de reflexão da lingüística.
Notamos os marcadores no princípio do discurso (e aí?, bem!, ), no meio (hum!, daí, sabe!), no fim (não é?, entende?) e outros que podem está tanto no inicio como no final, caso do” fala sério!”, “ninguém merece”! ; ainda podem ser verbais, prosódicos e orais, e são de vários tipos; marcadores de busca de apoio ( sabe, né?), de retificação (assim, quer dizer), de hesitação ( ah!, eh! ), de atenuação de conversa ( tipo assim, fala sério!, sei lá) e muitos outros.
     Embora tenha o seu valor, segundo os especialistas os marcadores de conversa, não contribuem efetivamente para o desenvolvimento do texto, por outro lado eles são de grande importância, pois “tipo assim”, (só para usar um marcador), ajudam a construir e dar coesão e coerência ao texto oral.
Algumas vez supérfluos, é bem verdade, e complicadores em alguns contextos, os Marcadores de Conversa funcionam quase sempre como articuladores ou determinando (marcando) as expressões de interação entre os interlocutores.
        Chatos, descartáveis ou complicadores, a verdade é que não há como negar os Marcadores de Conversa na linguagem cotidiana. Eles estão por toda parte. Vivem na boca do povo. Este que melhor e mais gostoso fala o português do Brasil, como disse um autor do nosso tempo e são “faladíssimos”.




RELIGIÕES EM DECADÊNCIA

              Pesquisas realizadas no mundo todo sobre religiões, resultam no aumento no número de ateus e agnósticos. Muitas pessoas tem desacreditado das igrejas, pois a maioria virou empresas, verdadeiras fábricas de dinheiro e patrimônio, como a própria igreja católica e outras, como a que mais cresce, a Universal do Reino e Deus, de Edir Macedo. Idem a Assembléia de Deus, de repente vários pastores voltaram-se para a política partidária, como aqui no Pará, áreas de influência (Gilberto Marques/Samuel Câmara) aproveitando a alienação e inconsciência critica da grande maioria de adeptos, de baixa instrução, que ficam a mercê de manipulação de pseudos missionários espertos, que inclusive praticam nepotismo e fisiologismo, em beneficio próprio, levando boa vida sobre recursos arrecadados, mordomias, carrões, residências, etc. Eles interpretam a bíblia em beneficio próprio, principalmente na questão do dizimo. Usam aparatos estéticos, shows, cantores, bem vestidos, recursos tecnológicos para envolver as pessoas, Deus quase sempre está em plano secundário, tem uns que discursam milagres até para enriquecimento dos adeptos, pessoas fragilizadas por doenças, situações de pobreza e vivenciando situações de depressão. Alguns manipulados chegam a desfazer-se de bens, até residências para doar a certas denominações. Esse universo de descrentes em religiões, estão se dando conta que algumas praticam farsas, e que religião não salva. Não descrêem da existência de Deus, contudo, mas preferem professar sua fé independentemente de religiões, mesmo porque podemos chegar a Deus em orações, fazendo o bem, praticando a caridade, amando o próximo, fazendo reflexão sobre nossos atos cotidianos, exercendo a pratica do perdão, afinal, os 10 mandamentos não especifica nem aponta religiões, mas estabelece regras universais de obediência a lei de Deus.
                Não visamos com este comentário influir na cabeças das pessoas, porém é momento de refletirmos sobre tanta incoerência, contradições de alguns lideres, principalmente aqueles que, se preferiram virar missionário, adotarem, como S. Francisco de Assis o voto de pobreza, o que se vê é pastor “empalitozado”, com mordomias, padres boa vida, enquanto a grande massa de ovelhas patina na pobreza alienados e excluídos, porque a igreja católica, aqui, por exemplo, tem tanto patrimônio e extensão de terras improdutivas e sem qualquer uso social? A Deus o que é de Deus e a César o que é de César, “nem só de pão vive o homem, mas sobretudo da palavra de Deus, disse J.Cristo” Como em toda regra há exceções, há denominações coerentes, com lideres éticos, escrupulosos, que vigiam a si e suas práticas para merecerem o respeito como líderes perante suas ovelhas, buscando não deixar motivos para murmúrios e desconfianças, porque estes sim, procuram ser fiéis a Deus e suas ovelhas.

João Santa Brígida Filho
Diretor Editor da Tribuna do Caeté

A Vitória da Mulher


             Gostei da frase: “O fim do coronelismo” e não gostei da frase. “Se o PT continuar ganhando chegaremos a ter uma Venezuela”. Ambas são afirmativas radicais com uma grande diferença. A primeira traz esperança; a segunda denota sentimentos negativos de despeito, arrogância e discriminação. Esta proferida pelo ilustre sociólogo, ex-presidente da República do Brasil. Essa sim é uma idéia que traduz uma ideologia que contamina o céu brasileiro com as nuvens negras do autoritarismo disfarçado, fato que jamais acontecerá novamente, pois o povo brasileiro é feito de cores, alegria e trabalho. Vejam vocês, mais uma vez o conceito universal – perfeito somente Deus.
             Ouvi de uma professora: “Eu não vou votar naquela guerrilheira...” Quem passou pelas torturas de uma ditadura e no dia 01 de outubro de 2010 foi eleita a primeira presidenta do Brasil, significa que o povo brasileiro se identifica com líderes que já passaram pelo heróico sofrimento e a heróica coragem de lutar pelos menos favorecidos.
No mapa político apresentado pelas emissoras de TV, após eleições, vê-se claramente os Estados onde Dilma foi a vencedora e onde seu adversário político conseguiu a maioria. É mais uma prova de que o coronelismo no Brasil está declinando.
A região centro-oeste reúne os maiores fazendeiros do Brasil, e dois fatores significantes acontecem- Primeiro a destruição da floresta para a formação de pastos e para a plantação de soja pelos grandes exportadores desses dois produtos. É bom e é mau. Bom porque o Brasil exporta; mau porque o custo- natureza é devastador, e no caso do gado o solo pisoteado, é irrecuperável.
Outro fator, quem custeia as campanhas eleitorais são ricos empresários e ricos fazendeiros cuja recompensa formam bancadas no Congresso Nacional e no Senado que lutam pelos interesses de seus “patrões” financeiros, ou seja os coronéis de hoje.
A grande vitória de Dilma foi esta: ela foi eleita pelo povo livre, pelo povo que não tem cabresto, livre por líderes como Lula e Dilma que sofreram e lutam por uma causa justa e libertária, para que esse mesmo povo se liberte das prisões da miséria, do analfabetismo e tenham vez e voz a fim de escolherem àqueles que são capazes de “ensina-los a pescar”, ter mesa farta e educar seus filhos em escolas de qualidade, pois sabemos que a educação é um dos pilares do desenvolvimento econômico e sustentável.
Trabalhar bem alimentado dá força ao corpo e revigora a alma, fortalecendo a autoestima e assim cada brasileiro ou brasileira sentirá o seu valor e saberá que está contribuindo para um Brasil melhor e maior no conceito das Nações e nas estatísticas mundial.
O mal existe, pois quem acredita em Deus acredita no diabo. Vagabundos, drogados, crianças abandonadas e prostituídas são frutos de uma sociedade podre e corrupta, mas infelizmente mundo é mundo. Cabe aos bons lutarem com sabedoria, autoridade e competência para colherem o trigo e desprezarem o joio que será julgado pela justiça humana e divina. Continuarão a lambuzar suas drogas com o óleo da ambição sem freio e sem escrúpulos.
Não gosto de partidarismo, mas ele se fez necessário no mundo da política. Os partidos deveriam ser como uma escola. Em sala de aula o professor é a autoridade, é aquele que ensina, coordena, idealiza, cria e dá o toque pessoal em sua aula, para que haja a aprendizagem. O método escolhido é o caminho. Quando aparecem obstáculos que dificultam a aprendizagem de um só aluno ou aluna usa de sua sabedoria, competência, sensibilidade e põe em ação sua prática educativa.
O professor(a) sozinho(a) não poderá fazer a escola funcionar com perfeição- coordenadores, psicólogos, diretores, apoio são também peças importantes no tabuleiro, porém se não houver harmonia no conjunto, as metas não serão alcançadas. Cada partido político depende de seus líderes, seus filiados e sua ideologia. Todos são responsáveis. Para mim, na escola o mestre(a) é também o maestro, a maestrina aquele(a) que com a batuta e o diapasão consegue o tom certo e a harmonia da orquestra. Os outros são os instrumentos de que precisam para que a comunidade escolar ou social seja a grande vitoriosa.
Precisamos ser conscientes de que somos um ser social e político. Não podemos viver isolados nos nossos castelos ou em nossas cabanas, não somos eremitas, vivemos em comunidade. Nosso relacionamento com o outro indivíduo ou com o outro grupo tem importância política e somos responsáveis pelo desenvolvimento da comunidade a qual pertencemos. O individualismo leva à diáspara, que é a dispersão o “cada um por sim”, o caos. Precisamos aprender e temos a obrigação e o direito de escolher um bom mestre.
Sibá Torres (71 anos)
Professora em Letras- UFPA
Bragança - Pará
Ela vem aí e mata

No estado do Pará, ações pela cidadania e contra a Dengue estão caminhando com passos de Tartaruga. Ações solitárias e solidárias em favor do povo paraense atendem a grupos isolados, mas perdem-se no interior das capitais e das cidades. A indolência, o descaso, a incompetência e a irresponsabilidade geram a morte. A vontade política “dorme em berço esplêndido”. Lindas palavras de nosso Hino Naciona, porém o verbo dormir que pode significar o descanso do trabalhador, ironicamente serve também para evidenciar a falta de políticas públicas, que gerem transformações, incluindo a conscientização das populações, que pode ter também a parceria da comunidade escolar.
Quando mais jovem participei de um Congresso de professores aqui em Bragança e ouvindo um historiador, contestei sua afirmação, quando dizia que: pelo fato de o Brasil ser colonizado por portugueses degredados seriamos culturalmente um povo acomodado e com tendência à corrupção. Será isso possível? O quê confirmaria a afirmativa do tal professor? A genética? A cultura? A tradição? Gerações mais gerações se passaram e nada foi renovado em nossas mentalidades?
É certo que a economia colonial brasileira foi escravocrata. Os coronéis dominavam a política. Italianos fugindo do após segunda guerra mundial trabalharam nos cafezais do sul do país. Japoneses espalharam-se por “esse berço esplêndido”. Jesuítas ensinaram aos índios que existia um Deus único; ensinaram a gramática em tupi e português, promoveram a aculturação, que é a mistura de culturas, de mentalidades, de conceitos, de crenças, de conhecimentos. Muitas perguntas e poucas respostas.
Meu pai Osvaldo Torres, mais conhecido como Vavá Torres, já falecido gostava muito de ler. No pátio de nossa casa conversávamos todas as tardes depois que ele voltava do trabalho. Ao balanço das cadeiras de palhinha ele contava-me fatos da história de Bragança; do seu passado quando jovem, de acontecimentos políticos do Pará e do Brasil.
Naquela época, eu com meus 14 anos, ele um homem honesto que conquistou a prosperidade com muito trabalho e honestidade. Valores que passou para nós seus filhos. Já refletia e comentava sobre a incompetência dos gestores públicos e a passividade do povo diante de fatos políticos, econômicos e sociais. Ele e seus amigos – Emílio Dias Ramos (Zebu), Simpliciano Medeiros, Waldemar Soares, Luis Amaral reuniam-se aos pés do Obelisco em frente a Igreja Matriz. Conversavam sobre política, economia, projetos sociais – derrubavam políticos, construíam estradas, pontes, escolas, hospitais e transformavam Bragança na mais bela e hospitaleira cidade do Brasil. O grupo auto-intitulava-se de “Senadinho”, e legislavam em favor do povo.
O “Senadinho” não existia mais. Os grupos sociais em Bragança dividiram-se segundo seus interesses sociais, políticos e profissionais, e na minha opinião a política bragantina não encontrou até os nossos dias um líder democrático, fiel e competente (Alguns no passado longínguo se destacaram, mas não conheço suas histórias).
A voz dos antigos declarava que em Bragança “enterraram uma cabeça de burro”. Será?

Sibá Torres (71 anos)
Professora em Letras - UFPA

Tenho Dó Daqueles Que Não Sonham



             Foi numa manhã. A rua estava molhada, depois de uma forte chuva. Eu andava sem pressa, com as mãos no bolso. Pensava nos momentos agradáveis e desagradáveis que a vida me proporcionou. Não demorou muito para eu chegar à esquina daquela solitária rua fria. A livraria que vende livros usados estava lá como sempre. O velho vendedor estava lá como sempre. O velho vendedor estava arrumando algumas bagunças. Sua camisa amarrotada e molhada de suor completava o homem cansado, calvo, de poucos cabelos, barba grisalha, que ele mostrava. Peguei um livro, folheei. Ele disse para eu ficar à vontade. Daí resolvi perguntar:

- O senhor tem algum livro do Charles Bukowski por aqui?

Olhou para mim e sorriu, dizendo:

- Charles Bukowski, o “velho safado”, como muitos costumam chama-lo! Que é considerado o último escritor maldito da literatura Norte-Americana!

Fiquei surpreso por saber que ele conhecia meu escritor favorito.

- O senhor o conhece mesmo?

- Rapaz, o velho Buk – disse ele com o seu sorriso de orelha a orelha, parecendo relembrar seus bons tempos. – Deixe-me ver se encontro algum livro desse mestre por aqui.

Saiu. Só o vi se perdendo no meio de pilhas e mais pilhas de livros antigos. Passaram dois minutos antes que ele voltasse.

- Está aqui. Ainda está em boas condições.

Colocou em minhas mãos. Consegui ler o título depois que passei e são para tirar a poeira que cobria sua capa.

- Não acredito! – exclamei eufórico. – Este é o “Misto Quente”! Procurei por muitos lugares! Muito obrigado!

- Não precisa. Já é uma honra saber que ainda existem pessoas com bom gosto como você. Não são muitos que procuram esse magnífico escritor por aqui, rapaz. Não precisa me pagar.

- Que máximo!

Fomos até a calçada em frente à livraria. Ninguém pelas ruas além de nós. Lembro que eu estava muito feliz. Lembro também do mais surpreendente. Quando apertei sua mão, numa forma de gratidão, das costas do velho saiu um par de asas douradas resplandecentes e lindas, fazendo rasgar sua camisa. Eu dei um pulo para trás, surpreso com aquilo. Suas asas bateram contra o ar, tirando seus pés calçados em uns sapatos desbotados fora do chão sujo, fazendo-o flutuar. Fiquei sem acreditar no que vi, mas logo era contrariado por vê-lo realmente fora do chão, na minha frente.

- Sonhe, sonhe e sonhe. Nunca deixe de sonhar, pois só quem sonha é que pode realizar seus desejos, garoto. Dizem que somos loucos, mas só nós é que sabemos como a vida funciona através de batalhas e batalhas para conseguir o que queremos. Eu sonhei e hoje sou assim. E tenho dó daqueles que não sonham.

Depois que disse isso, ele voou, voou e voou até se perder na imensidão do céu cinzento. Nunca mais vi aquele velho outra vez, mas também nunca mais esqueci o que ele me disse.

Matheus Queirozo

3l DE MARÇO - ANIVERSÁRIO DA REVOLUÇÃO DE 1964


          Há 47 anos atrás, no governo do extinto presidente João Goulart, rebentava iniciando por Minas Gerais e depois pelo Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro a revolução militar de 1964, integrada pelo Exército, Marinha e Aeronáutica, então com apoio da sociedade civil que rejeitava o sistema comunista. Segundo a verdadeira história, não a versão dos esquerdistas,  alguns ex-guerrilheiros integrados ao poder dominante, tachado de Golpe de Estado, ou período da Ditadura Militar. A intenção do presidente Goulart era fazer do Brasil uma república sindicalista, ligada ao comunismo de Moscou, Chinês, nos modelos de Cuba e Coréia do Norte.
            Na MB, onde o articulista servia na época, o rastilho de inconformismo da oficialidade foi a revolta dos marinheiros, que saíram em passeata pelas ruas do Rio, numa demonstração de indisciplina e anarquia, diz-se, liderados pelo então cabo Anselmo. Antes já havia um movimento dos sargentos, na aeronáutica, todos apoiados pelo Presidente Goulart, para inconformismo da oficialidade das forças, que não aceitavam ser desmoralizadas pela indisciplina dos subalternos. Após a fuga de Goulart para o Paraguai, os militares líderes elegeram o marechal Humberto Castelo Branco para a presidência da república. 
          Na marinha, após a revolução, com a conseqüente expulsão dos rebelados, a situação social dos subalternos mudou completamente, com a fundação das Casas de Marinheiros em todos os distritos navais, a remuneração melhorou substancialmente, foi permitida e incentivada a evolução educativa das praças, sendo criada a Escola de Formação de Sargentos. Antes, o rigor militar da época dificultava que praças chegassem a faculdade, na cabeça de alguns oficiais o praça tinha que dedicar-se exclusivamente a Marinha, o tratamento superior subalterno era rigoroso, a oficialidade jovem, principalmente “caçava” as praças, como se marginais,  as punições rigorosas e até arbitrárias., quando sabiam que algum cabo ou marinheiro cursava a faculdade logo arranjavam sua transferência ou embarque, com vistas a impedi-lo de fazer curso superior. Após a conclusão pelo alto comando de que a situação social teria que mudar houve inclusive acesso de praças ao oficialato, no quadro de oficiais auxiliares, a relação caserna oficiais-praças evoluiu substancialmente.  
          Naquele tempo, nas unidades foi criada a figura do informante informal, ou delator de colegas, alguns destes tinham regalias, na maioria eram elementos tecnicamente-eticamente inferiores, que, para gozarem de privilégio tentavam demonstrar fidelidade aos oficiais, à sua maneira, com essa prática havia muita injustiça, o RDM era cumprido com severidade e arbitrariedade, os direitos humanos eram letra morta, através de punições e pressões psicológicas sem termos a quem apelar, sequer a justiça comum, que não poderia interferir nos quartéis.  
           O movimento militar, chamado pelos lideres de “Revolução de 1964” durou até o governo do presidente Figueiredo, que promoveu a abertura política, iniciativa paralela a manifestação da sociedade civil, com lideranças de democratas como Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, além de outras lideranças nacionais, pois o movimento que no inicio tentava livrar o Brasil de uma ditadura comunista, com as guerrilhas, sabotagens por parte de grupos subversivos, radicalizou, com vários Atos Institucionais, o congresso ficou refém do presidente da república, que teve poder para cassar vários parlamentares confrontadores do poder. .
             O Movimento de 1964 visou sobretudo extirpar da vida pública os corruptos, políticos envolvidos em ladroagem, outros agentes, não só os subversivos de então, além do perigo comunista chegar ao Brasil. A faxina ética começou nas próprias FA, o vimos na Marinha, com as comissões de investigação sumárias excluindo inclusive militares envolvidos em “maracutaias”.
              Passado todo esse tempo, com a volta da democracia plena ao país em l985, o maior beneficio é a liberdade de expressão, mesmo ameaçada pelo poder atual. O país não conseguiu, contudo, reverter os níveis de corrupção, os desvios de dinheiro público extrapolaram, algumas figuras carimbadas, Maluf, Sarney, Renan Calheiros,  Color de Melo, os “Mensaleiros”do PT,  e aqui no Pará o líder do PMDB, liberados pelo corporativismo, a justiça que não julga, a auto-concedida imunidade política, continuam mandando no cenário político, com grande influência nas decisões governamentais.
             No Brasil não temos terremotos, nem tisunamis, mas o que é roubado pela corrupção dos políticos, cerca de 40% da educação e saúde, outras rubricas, sem que haja remédio para extirpar esse câncer ético de nossa cultura politiqueira, equivale por todo o prejuízo sofrido pelo Japão, anualmente. Falta melhor investimento na saúde e educação, para que cheguemos ao patamar de desenvolvimento dos Tigres Asiáticos, como a Coréia do Sul, porém os privilégios dos milhares de reais direcionados as casas congressuais, Câmara, Senado, Assembléias legislativas, onde despontam cotidianamente grandes escândalos como o caso recente Assembléia Legislativa do Pará, parece sem solução. Saímos de uma revolução, ou ditadura militar, como dizem os esquerdistas, porém caímos na pior “esparrela”, - a democracia de conveniência das atuais elites políticas, privilegiadas, inalcançáveis pela justiça. Além de sermos obrigados por leis feitas por eles em votar, ainda temos que com nossos cerca de 37% de impostos bancar as suas campanhas políticas, remunerações de seus serviçais assessores políticos, tudo através de benesses remuneratórias legalizadas por eles.
                 Assim, o que sobra para o povo brasileiro, aqueles que não tem alternativas de informação, consciência da situação, qualidade de vida? A esmola do bolsa-família, taxado de distribuição de renda? Mas esse pessoal é importante na blindagem em popularidade para os governos atuais, nestes últimos governos, paralelo aos “midiáticos benefícios sociais”, os escândalos da corrupção sacudiram o país de ponta a ponta.
                Não fazemos apologia do autoritarismo, nem saudosismo do Movimento de 1964, a liberdade é o bem supremo de todos que tem consciência critica, podemos expressar-nos abertamente, mas o que resta aos brasileiros em esperanças, quando temos uma decisão como essa, do STF, adiando a exclusão dos fichas sujas do cenário político administrativo do país? As forças armadas lideram as pesquisas de opinião em credibilidade junto a sociedade, porém “demoniadas” indiretamente pelo discurso da “ditadura”, grandes líderes milicos foram excluídas da cena político-administrativa do pais.
               O Movimento de 1964, ou, como discursam os privilegiados hospedeiros do poder dominante - A “Ditadura”, afinal, visou impedir que o comunismo, que foi extinto da grande maioria dos paises europeus, aqui nas Américas à exceção de Cuba, dominasse o Brasil, além de excluir os corruptos e ladrões da vida pública, não teve efeito. O modelo democrático de nossos políticos os retornou a cena, e a cultura da ladroagem, da mentira, do mal caráter generaliza-se no meio dos políticos contaminando a sociedade submissa de favores, com saudáveis, embora mínimas exceções.
               A esperança é a última que morre! Que um tsunami divino os castiguem à posteridade, que a mesma fleuma de consciência e liberdade que estende-se atualmente por paises do oriente médio, depondo os ditadores, desperte os brasileiros em prol dessa luta que é de todos aqueles que conscientes não aceitam esse modelo democrático, mais da conveniência de corruptos que se beneficiam da alienação da maioria do povo com exceções.  

João Santa Brígida Filho
Diretor-Editor da Tribuna do Caeté