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Mâncio querido

Mâncio querido, como ti vejo! Não és mais aquele prédio de bela arquitetura, da Travessa Senador Pinheiro, rua onde nasci próximo das margens do Caeté. Comecei a pisar teu assoalho bem limpo pela inesquecível Dona Lúcia, com dez anos de idade, vindo do gostoso Chumucuí. Meus primeiros anos fiz com mamãe, mestra leiga que me ensinou muito bem até o segundo ano primário. Ao começar a 3ª série com a professora Virgínia que sempre vestia preto, tive o primeiro contato contigo: Grupo escolar Monsenhor Mâncio Ribeiro, seriamente deteriorado e que hoje abriga bandidos, aterrorizando bragantinos e não filhos da Pérola do Caeté.
Que tristeza me causou ao te ver naquele estado de deteriorização, de abandono!Tão bonito que eras! Lembro-me de dedicadas mestras e vou citá-las algumas como Argentina Pereira, Mundiquinha Martins, Isabel Ribeiro de Almeida (Profa. Bebé), Maria Lucy Cunha, Emília Souza, Silvia Oliveira, Theodomira Lima, Ilza Cardoso, Nilvia Oliveira, Zuleide Costa, Lygia Vieira e outras abnegadas mestras que faziam ecoar suas explicações repletas de sabedoria, ouvidas com respeito pelos alunos que queriam estudar.
Ah! Bons tempos no Mâncio!Raramente, ou melhor, nem me lembro de uma falta de respeito às professoras. Realmente, freqüentavam tuas salas limpas, alunos que queriam aprender. E agora? Esqueceram de ti? Autoridades, pessoas interessadas em não permitir que arrancassem tuas portas e janelas, e deixar que as paredes caíssem? Quem te poderá “ressuscitar?” Quem te tirará desta situação? Desta imagem sofredora para aqueles que te contemplam como eu, tua aluna? Quando vou à Bragança “terra de verde e de sol” assim denominada pelo saudoso Padre Vitaliano Vari?
Percorrendo as ruas de Bragança, há pouco tempo, deparei com outro prédio destruído: a Casa de Cultura “Dr. Lobão da Silveira” com seu salão “Padre Vitaliano Vari”. Este prédio bem que poderia ser restaurado para eventos culturais de Bragança. Assim, personalidades marcantes em minha cidade, seriam lembradas para conhecimentos das novas gerações.
A residência do ex-prefeito Nazeazeno Ferreira, genitor de Aluizio Ferreira, está igual ao vizinho Mâncio, destruída, abandonada! Residência onde se deram almoços para Magalhães Barata e que gostava de “serenar” com curiosidade. Assim vejo uma Bragança antiga e observo uma Bragança com casas modernas, de bela arquitetura a embelezar a Pérola do Caeté.
Por Ana Marcy