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EDITORIAL

Estamos encerrando mais um ano de atividades, buscamos ser, até por não termos “rabo preso” com ninguém, dos melhores e mais acreditados editoriais de Bragança e região, esse é nosso idealismo, por nossa busca e acúmulo de experiência nestes cerca de 22 anos de atividade. Amamos o que fazemos, nossa terapia ocupacional, creiam-nos, temos a Tribuna do Caeté até como dádiva divina, daí por buscarmos aprimorá-la com toda isenção e dignidade possível. Claro, somos passíveis de equívocos, não nos temos como perfeitos. Procuramos, ao longo desse tempo ser fiel a verdade, sem privilegiar com ou sem criticas a ninguém, como diria o ditado popular, “nem o bispo”. Nisto - em liberdade de expressão, pautada na ética e jurídica, buscamos ser diferentes do noticiário banalizado, onde escolhem-se matérias ou personalidades, as telinhas e ouvidos só comentam sobre “pobres, pretos e p.” Lutamos para agir diferente.
Graças a Deus, bragantinos, leitores e patrocinadores que em nós confiam, temos procurado ser fiel a confiança dos senhores. Ora, nossa credibilidade evoluiu. Antes, éramos tidos como “doido” talvez por sermos diferentes? Agora, algumas pessoas nos taxam de corajoso, como se fosse virtude, heroísmo, coragem, não omitir agentes da noticia por sua posição de mando, econômica ou influência. Quem age assim, faz a mídia de omissão, manipulação ou como diria a confrade Natalina Brito (O Imparcial), “Bitolação”. Neste tempo de atuação, mostramos a que viemos, fomos olhados com discriminação, onde por nossas características de livre expressão, éramos olhados sob outro ângulo, e negativo.
Mas essa gente, preconceituosa pela ignorância, vem nos engolindo (expressão do treinador de futebol Zagalo) nestes 17 anos de jornalismo, com passagens pelo O Imparcial (Natalina Brito), O Semanário e Tribuna do Caeté. Em nossa ótica, aqui na Pérola ainda se faz jornalismo amador, conforme interesses políticos, econômicos, religiosos, elitista, escolhendo-se as caras, jogando fatos importantes para baixo do tapete, sendo um desserviço a motivação pelo melhor conhecimento e pela liberdade plena de expressão, principalmente ao “Zé Povinho”, sofredor, caladinho, olhado como cidadão de 3ª classe. Não queremos fazer parte desse circulo de banais, vulgares por omissão, coniventes com os sistema por traz dos próprios interesses fisiológicos. E olhe que alguns se julgam os papas do jornalismo!
Saibam, é doloroso para nós, mesmo com nossa consciência firme por jornalismo isento, citar fatos envolvendo agentes públicos, pessoas de nosso convívio cotidiano, como é o fato da reprovação das contas do exercício de 2007 do ex-presidente e Ordenador de Despesa da Câmara Municipal, Wallailson Guimarães, sendo citado a restituir aos cofres municipais várias importâncias por pagamentos indevidos. Que fica passível de denúncia pelo Ministério Público em resposta a ação proposta por cidadãos bragantinos, ele acusado de desvios de recursos e suposto enriquecimento ilícito. A promotoria, através do juizado solicitou ao TCM informações sobre as contas de Walailson e agora tem no relatório, já em mãos do Presidente da Câmara Pedro Neto, os instrumentos em provas para denunciá-lo por improbidade administrativa, podendo ser afastado por cassação e ficando inelegível. E vós o que dizeis cidadão de Bragança?
Oxalá, por esta citação, não sejamos novamente agredidos pelo Sr. “Adinho” Guimarães, irmão de Walailson, por aquilo, penalizado por transação penal pelo juiz Otávio Albuquerque com apenas R$ 95,00. Sendo nossa intenção, baseado nessa punição, argüir junto ao juizado especial pagamento de indenização por danos morais e matérias, por danos físicos psicológicos e constrangimento público ao idoso (código do Idoso, etc.
Permaneceremos na vanguarda da defesa do cidadão bragantino, que paga impostos, vota e portanto acreditando em nossa Tribuna, aqui tem noticia isenta e como dizem alguns bragantinos: Corajosa! mesmo correndo riscos de vida e agressões! Fazer jornalismo de qualidade, sem escolher caras, faz parte de nossa meta e melhor opção.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo fãs, leitores e patrocinadores bragantinos!
Gratos, muito gratos por tua consideração (atual) e confiança na Tribuna como ícone do noticiário local.

DENUNCIE! O QUE VOCÊ TEM A VER COM A CORRUPÇÃO?
Qual a lei da corrupção? Ganhar, vencer a qualquer preço. Não importa se o outro vai se dar mal. Furar a fila, lucrar no troco; Sair sem pagar a conta; falsificar as notas na escola; Até mesmo contar umas mentirinhas; Afinal de contas, o único ser humano com sentimentos e idéias, que merece ser respeitado é você e a única pessoa que existe no mundo.
Quanto vale a sua consciência? Normalmente, quando as pessoas cometem aos que vão contra aquilo que elas acreditam e agridem os outros gratuitamente. Elas perdem o sono. Mas isso é apenas o começo. Quando você trai a sua consciência, acaba ficando com vergonha de si mesmo.

MENTIRA E ROUBO – Uma bola de neve – Pequenas pisadas na bola um dia podem se transformar em grandes problemas para você. E até se transformarem em desvios de caráter. Quando esse dia chega, você perde a confiança dos seus amigos e das pessoas mais próximas. Ninguém mais se relaciona com você por amisade – apenas por interesse. Mas chega um dia em que ser seu “amigo” não importa mais – e você não pode mais contar com ninguém. O problema é maior. Você deve estar se perguntando. Em um pais tão corrupto, onde muitas vezes milhões de reais vão parar na conta de gene corrupta, porque dar bola para detalhes tão pequenos da minha vida, muitas vezes nem são tão ruins assim! A corrupção existe em muitos níveis. Em nenhum deles ela é boa, nem nos governos, nem nas empresas, nem nas escolas – muito menos no seu dia-a-dia.Ser honesto é a única maneira de dizer Não a Corrupção sem ser hipócrita!
Fraude, mentira, falcatruas, roubo, omissão, sonegação, corrupção, negociata, extorsão, propina, etc.
HIPOCRISIA: Ato de fingir sentimentos e qualidades morais. Falsidade!
Saiba bragantino: O Brasil é um dos paises campeões em CORRUPÇÃO. É Responsabilidade de todos os brasileiros mudarem essa situação. E é você e cada um de nós – quem em que fazer a coisa certa!
Você já sabe o que fazer. Pense, reflita. Quais são as suas atitudes?Elas são importantes de verdade? A sociedade muda quando os indivíduos que vivem nela mudam. – Os seus aliados: Os movimentos sociais são um forma da sociedade se organizar em busca de uma maio qualidade de vida, eles podem se de muitos tipos e lutar por vaias causas importantes.
Outro órgão seu aliado é o Ministério Publico, estadual e federal. Que investigará a corrupção e busca a uma sociedade mais honesta e ética. Entre em contato e denuncie. CNPG – www.cnpg.org.br – CONAMP – www.conamp.org.br.
(autor: Afonso Chizzo Neo, Promotor e Coordenador Geal da Campanha de combate a Corrupção, iniciativa do CONAMP).

A dor e a delícia de ser o que é

Estava a ler um artigo no O globo assinado por Maria Lucia Rodrigues, filha do dramaturgo, jornalista, escritor e cronista genial que foi Nelson Rodrigues. Entre outras coisas ela falava da relação de amor com o pai, a quem ela se refere como um ser humano doce, gentil e às vezes severo. Lúcia ainda lembrou, não sem uma certa dose de orgulho o pioneirismo do escritor e extremo espírito de compaixão, generosidade e sensibilidade em defender causas tão nobres como o preconceito racial. Num tempo em que não era fácil dizer que existia racismo no Brasil.
Atenho-me ao fato, pois este é o motivo da crônica.
Só para a gente se situar um pouco: a década era de 40, o ano 1946, Rio de Janeiro, século XX. O país atravessava uma fase de transição na maneira de governar. Saia de um período conturbado no âmbito social e entrava num período onde reinava a esperança num país livre e desenvolvido. Nessa época, Rodrigues tentava encenar a peça “Anjo Negro”, que havia escrito especialmente para o ator, igualmente negro, Abdias do Nascimento e foi advertido pela produção do espetáculo que convidasse um ator branco e depois tingisse de preto.
Escusado dizer que o dramaturgo não acatou a sugestão dos produtores, bateu o pé, como era peculiar dele, e prevaleceu o bom senso. E o bom dizia senso que seria o Abdias do Nascimento o papel principal da peça.
Foi aí que me lembrei do Abdias do Nascimento, um anjo que um dia cruzou o meu caminho e sem mais, assim como quem não quer dizer nada, me disse uma das coisas mais belas de que já ouvi em toda minha vida e que precisava ouvir para que ela (a vida) fizesse algum sentido. Disse-me ele: “Vai João ser gauche na vida”. Só muito tempo depois é que fui entender o verdadeiro significa do vocábulo francês extraído de um poema de Drummond.
Ator, escritor, dramaturgo, brasileiro, nascido em Franca (SP). Nascimento criou o “Teatro Experimental do Negro”, o “Dia da consciência negra”, e fundou o jornal ”Quilombo”, primeiro no gênero a lutar pela igualdade racial no país. Quando político (Deputado Federal e Senador da Republica ) defendeu com unhas e dentes os direitos dos afrodescendentes, o que lhe garantiu uma indicação ao Nobel da Paz em 2010.
Um homem incrível que eu tive o prazer de conhecer. Paulista cultíssimo e sofisticado que ouvia Chopin de olhos fechados. Intelectual consciente de seu tempo, orgulhoso de sua cor, sua raça, com quem mantive conversas profundas, definitivas e intermináveis, e que devotou sua vida em favor de uma causa, não uma qualquer, mas a negra. Uma cara que acreditava no ser humano, apesar de tudo e numa sociedade mais justa, sem preconceitos. Não à toa foi considerado o mais completo intelectual do mundo africano do século XX.
No que avanço no texto, penso no humano coração do Abdias. Tento rememorar sua luta (na vida como na arte), lembrar sua dor, a de ser negro, num país onde todos somos pretos de alma branca, desde que fomos descobertos, bem como o seu orgulho de ser o que era. Penso, ainda, nos muitos amigos negros feito pela vida afora. E enquanto penso neles ouço uma música que vem de muito longe e inunda o ambiente, invadindo meus ouvidos. São os versos da canção do Caetano, descubro agora enternecido: “Mas presos são quase todos pretos ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres (...) e todos sabem como se tratam os pretos”. E meus olhos enchem-se de lágrimas.
Com ele, o Anjo Negro, nossas conversas giravam sempre em torno de teatro, de cultura, de arte, de gente (mas de teatro). Ele me aconselhava o melhor caminho a seguir na carreira artística, indicando-me grupos, companhias. Hoje, passado algum tempo, penso, que embora a vida tenha me levado por outros caminhos, que não o Teatro, que amo de paixão e a quem devo tudo, seus conselhos eu os guardo comigo e os carrego aonde quer que eu vá, como uma profecia. Sua amizade será eterna e seus ensinamentos, também.

João Carlos Gonçalves é Empreendedor Social